sábado, 7 de novembro de 2009

O fazedor de velhos

O LIVRO "O fazedor de velhos" é uma narrativa, aparentemente, simples; carregada de metáforas e, por isso mesmo, maravilhosa. Faz-nos pensar acerca do envelhecer. Envelhecer? O que é isso? Palavra formada por derivação parassintética, ou seja, exige, para sua constituição, os dois afixos simultaneamente; cujo sentido é tornar-se velho, perder o viço, o frescor; e que é geralmente empregada com uma carga pejorativa. Contudo, ao ler a obra, tomamos consciência que, ao envelhecer, o viço aumenta, porque nos tornamos sábios, a partir de nossas experiências boas ou ruins. E quem é o grande fazedor de nossa velhice, ou seja, de nós mesmos?
A PRINCÍPIO, durante a narrativa, imaginei que fossem as nossas leituras, que, na verdade, são as experiências de leituras do mundo que fazemos, a grande metáfora constituinte do título do texto. Na palavra fazedor, o sufixo que a compõe designa o agente, um ser de ação sobre um verbo, o nosso fazedor de velhos. E fazemos toda a leitura do texto no intuito de descobrir quem é o grande ator do mundo, que nos torna velhos e melhores. E nem percebemos que é nele que reside a nossa vida, duram as nossas experiências. Tem gente que vive presa nele para resgatar o passado, outras pessoas sentem-se sufocadas por ele na tentativa de encontrar o futuro. Às vezes, nos esquecemos que ele é a própria duração de nossas vidas.
A HISTÓRIA centra-se em Pedro - protagonista - que se encontra num conflito por não se reconhecer historiador, já que ele faz o curso de história na faculdade. Na verdade, o texto narra as transições pelas quais Pedro passa e os conflitos que elas geram: conflitos no amor, na escolha profissional, na relação com os outros, nos momentos de perda ou de ganhos, nos desafios etc. Isso tudo explorando uma forma peculiar, bastante diferente, relembrando que sentimentos amenos como o amor, amizade, ternura fazem parte do crescimento humano.
INDICO a leitura não somente aos que estão se tornando velhos, cheios de viços, assim iguais a mim, mas também aos jovens, que também estão, na mesma medida, tornando-se velhos e sofrendo os efeitos do grande fazedor e, muitas vezes, lastimando as angústias da vida. Aos primeiros, para que eles compreendam a beleza do envelhecer, o quanto o TEMPO nos faz bem, porque nos fortalece e nos engrandece, tornando-nos mais prudentes. Aos últimos, para que eles possam reconhecer no amadurecimento a beleza maior e mais significativa, a qual eles conseguem enxergar somente no vigor da juventude; para que eles também reconheçam em todos os sentimentos, dos mais ternos aos mais amargos, a docura da vida e uma forma de crescer.


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